Sou filósofo, isto é, constante indagador da verdadeira e útil sabedoria. [...] e procuro somente conhecer os homens e as coisas pelo lado do seu uso prático para deles adquirir o conhecimento útil. - José Bonifácio de Andrada e Silva |
Apresentação
A Cátedra José Bonifácio foi anunciada oficialmente em 18 de dezembro de 2012, em sessão do Conselho Universitário, e sua criação institucionalizada em 18 de março de 2013, através da Portaria GR-6098, do Reitor da Universidade de São Paulo.
De iniciativa do Centro Ibero-americano e gerenciada por esse núcleo de apoio à pesquisa, que se encontra vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e ao Instituto de Relações Internacionais, a Cátedra José Bonifácio foi instituída com a finalidade de estimular, através da contribuição de convidados estrangeiros ilustres, a geração, assim como a disseminação de conhecimento sobre a Ibero-América, inclusive por meio do incremento do relacionamento da Universidade de São Paulo com a comunidade acadêmica ibero-americana.
A recém instituída cátedra, homenageia o Patriarca de Independência do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva. Acadêmico de vocação e homem público notável, a personalidade de José Bonifácio é ilustrativa, na sua abrangência, da intenção de se integrar a experiência de lideranças sociais aos processos educacionais e de pesquisa próprio do ambiente universitário, com vistas à produção de subsídios que concorram para a constante melhoria das condições de vida dos povos da região. À guisa de prestar o reconhecimento condizente ao seu valor histórico, o CIBA tem a honra de conceder à sua primeira cátedra a denominação honorífica José Bonifácio.
Ciclo 2018
Laura Chinchilla Miranda nasceu em 28 de março de 1959 em São José, capital da Costa Rica. Graduou-se como Bacharel em Ciência Política pela Universidade da Costa Rica, obtendo em seguida o título de Mestre em Ciência Política pela Universidade de Georgetown. Antes de sua entrada na política, Chinchilla foi consultora de ONGs na América Latina e na África, especializando-se nos temas da reforma judicial e questões relacionadas à segurança pública, tendo trabalhando em importantes organizações internacionais como a USAID, o PNUD-ONU e o BID. Durante o mandato de José María Figueres (1994-1998), ela serviu como Vice-ministra para Segurança Pública (1994-1996) e depois como Ministra da Segurança Pública (1996-1998) da Costa Rica. De 2002 a 2006, Chinchilla serviu como deputada na Assembleia Legislativa da Costa Rica, e de 2006 a 2008 foi Vice-Presidente da Costa Rica no segundo mandato de Óscar Arias.
Em 2009, Chinchilla ganhou as primárias do Partido de Liberação Nacional (PLN) e concorreu às eleições costa-riquenses em 2010, elegendo-se presidente do país. Ela ocupou o cargo de 2010 a 2014, período no qual seu governo se estruturou em quatro pontos principais, a saber: segurança econômica e competitividade; bem-estar social; segurança pública; e proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Chinchilla é conferencista em fotos internacionais nos temas de segurança pública e reforma policial, tendo feito parte de diversas iniciativas que promovem reformas em políticas públicas relacionadas à segurança e direitos humanos. Publicou livros sobre temas ligados à administração da justiça, a segurança pública e a reforma policial. Em 2016, o World Economic Forum nomeou Chinchilla como uma das mulheres mais poderosas da América Latina.
Em 2018, Laura Chinchilla tomou posse da Cátedra José Bonifácio da Universidade de São Paulo (USP), reunindo um grupo de pesquisadores e acadêmicos de excelência sob o tema "Os povos originários da América Latina”.
Ciclo 2017
Beatriz Elena Paredes Rangel nasceu em 18 de agosto de 1953 em Tlaxcala, México. Foi estudante de Sociologia na Universidade Nacional Autônoma do México e, aos 21 anos, deu início a sua carreira política. No ano de 1992, foi eleita Governadora do estado mexicano de Tlaxcala, tendo sido a primeira mulher a governar o estado e a segunda na história mexicana a ocupar o cargo de governadora. Em 1997, foi eleita senadora pelo Partido Revolucionário Institucional, o PRI e, em 2000, foi mais uma vez eleita para a Câmara dos Deputado mexicana, quando foi designada líder do PRI na Câmara. Em 2001, foi eleita presidente da Câmara dos Deputados do México.
Entre outros cargos, Beatriz Paredes destacou-se na presidência do Parlamento Latino-americano, instância integrada pelos Parlamentos nacionais da América Latina cuja função primordial é incentivar a integração dos países da região, e é membro do Fórum Internacional de Mulheres. Também foi embaixadora do México no Brasil, cargo que ocupou de janeiro de 2013 até janeiro de 2017. Paredes ocupou diferentes posições no Partido Revolucionário Institucional, tendo se destacado por sua defesa da população indígena e das mulheres dentro do partido. Sua presença é altamente reconhecida no México graças a essa atuação, e seu nome é referência na luta pelos direitos indígenas e das mulheres. Em 2017, Beatriz Paredes tomou posse da Cátedra José Bonifácio da Universidade de São Paulo (USP), reunindo um grupo de pesquisadores e acadêmicos de excelência sob o tema "Os povos originários da América Latina".
Ciclo 2016
Felipe González é advogado e político espanhol. Foi Secretário Geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) de 1974 a 1997 e presidente da Espanha de 1982 a 1996, em 4 mandatos sucessivos. Seu governo foi essencial para a consolidação da democracia espanhola, graças às políticas que garantiram a liberdade de imprensa e a independência do corpo judiciário; no período, o país passou por um processo contínuo de crescimento econômico e integrou-se à Comunidade Econômica Europeia - sucedida pela União Europeia. Sob sua liderança, a Espanha passou por uma série de reformas liberais e de restruturação da economia, além de ter se tornado um país ativo na Comunidade Europeia e estreitado laços com a América Latina.
A preocupação de González com o futuro da Espanha e seu papel no contexto europeu e mundial ainda são seus interesses principais. Em março de 2016, Felipe González tomou posse da Cátedra José Bonifácio da Universidade de São Paulo (USP), liderando um grupo de pesquisadores e acadêmicos de excelência. Fruto de sua atuação frente à Cátedra, lançou em março de 2017 obra coletânea intitulada Governança e democracia representativa, a qual coordenou, sob organização de Gerson Damiani e José Fernández-Albertos.
Ciclo 2015
Nélida Piñon é a atual ocupante da Cátedra José Bonifácio. Membra da Academia Brasileira de Letras, foi eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda e recebida em 3 de maio de 1990 pelo Acadêmico Lêdo Ivo. Entre 1996-1997 tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário. Nélida Piñon nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 3 de maio de 1937. Filha de Olivia Carmen Cuiñas Piñon e Lino Piñon Muiños, de família originária de Cotobade, Galícia, radicada no Brasil desde a década de 1920. Formou-se em jornalismo pela Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1970, inaugurou a cadeira de Criação Literária na Faculdade de Letras da UFRJ.
Tem ministrado cursos de curta duração e proferido conferências e palestras sobre temas ligados à cultura, à literatura e à criação literária, e também sobre sua obra romanesca, no Brasil e no exterior. Sua estreia na literatura foi com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo publicado em 1961. Sua obra de romancista, contista e ensaísta foi traduzida em vários países. Contos seus são publicados em centenas de revistas e fazem parte de antologias brasileiras e estrangeiras.
Titular da Cátedra Henry King Stanford em Humanidades, da Universidade de Miami (ocupada anteriormente por Isaac Baschevis Singer, prêmio Nobel de Literatura de 1978) de 1990 a 2003. Em dezembro de 1996, desligou-se provisoriamente da cátedra, ao assumir a presidência da Academia Brasileira de Letras (1996-1997).
Tornou-se a primeira mulher, em cem anos, a presidir a Instituição, no ano do seu I Centenário. Em 2004, esteve presente à 1.a Reunião Plenária da Comissão do Quarto Centenário da Publicação do Dom Quixote, promovida pelo Presidente Zapatearo na Biblioteca Nacional de Madri. Designada membro do Conselho de Honra do Don Quijote, assumiu em dezembro de 2004, em Madri. Em sua homenagem foi inaugurada a Biblioteca Nélida Piñon, no Morro Santa Marta, promoção da Editora Record e da Oldemburg.
Ciclo 2014
Enrique Valentin Garcia Iglesias conta com rica e diversificada trajetória como professor de desenvolvimento econômico, diretor do Instituto de Economia da Universidad de la República de Uruguay, Presidente do Banco Central do Uruguai, integrante do Conselho Latinoamericano de Integração (ALADI), e do Instituto Latinoamericano e do Caribe de Planificação Econômica e Social das Nações Unidas (ILPES), ministro de Relações Exteriores do Uruguay; Secretário Executivo da Comissão Econômica para América Latina e Caribe das Nações Unidas (CEPAL), Secretário Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Fontes Novas e Renováveis de Energia, Presidente da Reunião Ministerial que deu início à Rodada Uruguai do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), Secretário Geral Ibero-americano, após ter sido, durante quase duas décadas, Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ao longo deste rico percurso intelectual, Enrique Iglesias destacou-se por exercer uma governança moderna.
O projeto de investigação atinente à Cátedra José Bonifácio - Ciclo 2015 - teve como tema central A América Latina na Atual Conjuntura Internacional: os Potenciais Impactos Econômicos, Sociais e Políticos, culminando com a publicação da coletânea Os Desafios da América Latina no século XXI, publicada pela Edusp em março de 2015, sob a coordenação de Enrique Iglesias e sob a organização de Gerson Damiani, Adolfo Garce e Fabíola Zibetti. O Grupo de Pesquisa foi composto por mais de 50 pós-graduandos de 19 diferentes programas diferentes de toda a USP. Veja aqui a apresentação de D. Enrique feita pelo ex-reitor da Universidade de São Paulo, Jacques Marcovitch.
Ciclo 2013
O primeiro titular da Cátedra, responsável pela coordenação de suas atividades de pesquisa durante o ano de 2013, foi o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos, cuja notória experiência emana de sua extraordinária trajetória, tanto acadêmica como no desempenho de suas funções como político, jurista e diplomata.
Em seu ciclo inaugural de atividades, D. Ricardo Lagos, auxiliado por duas pesquisadoras de pós-doutorado, a Dra. Fabiola Zibetti e a Dra. Mireya Davilla, desenvolveu a temática atinente ao Desenvolvimento Regional e à Governança Internacional na América Latina vis-à-vis o mundo globalizado.
O programa de pesquisa se desenvolveu através de uma série de palestras e conferências destinadas a um grupo com mais de 50 alunos de mestrado e doutorado provenientes de 20 programas diferentes de pós-graduação, e tratou dos mais diversos temas que possuem relevância e impacto no tema central supracitado.
Elemento essencial para registro e consolidação das atividades conduzidas no âmbito da Cátedra José Bonifácio, publicação anual reuniu, na forma de uma coletânea, as contribuições científicas resultantes da atividade de pesquisa desenvolvida no período respectivo. Correspondendo às atividades do ano de 2013, conduzidas sob a direção do ex-Presidente Ricardo Lagos, a primeira coletânea abarca reflexões e resultados de pesquisas atinentes aos temas do desenvolvimento e da governança internacional no plano da América Latina. Objetivou-se, assim, com a produção da coletânea coordenada pelo ex-Presidente Lagos, a edição do primeiro volume e o início da coleção “Cátedra José Bonifácio”.
Grupo de Pesquisa da Cátedra José Bonifácio 2013 no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, com Ricardo Lagos